Ferramenta Simples, rudimentar, sem mais beleza do que a perfeita e necessária para cumprir o seu destino. Acutilante, desbravou o campo selvagem, trilhando sempre novos caminhos por entre as ervas daninhas.
Companheira das ceifeiras, arma dos camponeses, escutou versos e sentiu sangue por entre o tempo que passou.
E agora, depois do tempo, depois da História, talvez já não haja espaço para a foice no trabalho do campo. E agora um colectivo de músicos, novos cantadores de antigas ceifas, dar-lhe-ão guarida no corpo e casa na voz. gaita- de- foles portuguesas, bombo, caixa, timbalão, adufes e vozes; a música tradicional, em harmonia com originais, serão o embalo da mão que ceifa e a força dos corpos que tocam.
O Colectivo Foice
Somos muitos porque muitos são precisos para a Ceifa dos novos tempos. Muitas mãos numa mesma foice, calejadas de muitos e diferentes percursos. O corte só pode ser acutilante com a precisão de muitas experiências; a ferramenta só é útil quando tantos lhe afiam a lâmina.
Trabalhamos todos e todas num mesmo repertório, tradicional mas também com originais, para que Foice tenha a voz e o som das gentes actuais que cantam e tocam a música de Raiz.
Em palco, representamos este colectivo com um grupo variável entre 5 a 7 músicos, consoante as necessidades específicas do espectáculo. Mas nas nossas mãos e bocas, cantam todos e todas que são Foice.
A possibilidade de vários músicos aportarem a sua visão e experiência ao colectivo, na construção de um repertório solido, ondulante, consciente e cuidado é uma mais valia da estrutura criada em Foice. Cada um e uma traz o que tem, o que sabe e o que é. Relembramos assim, na qualidade impar do que de bem se faz actualmente, a união faz, realmente, a força.